GETULIO VARGAS PRESIDENTE (1951 a 1954)

Rubey Wanderley (fl. 1951). Getulio Vargas, político e escritor. 2. ed. Rio de Janeiro: Képler, Editôra, [1951]. 171, [1] p.; 17 cm.

Dedicatória na p. [1]: Ao espirito e coração estelares do insigne Presidente Getulio Vargas, homenagem sincera da admiração e da leal amizade de Rubey Wanderley. Rio, 9/2/51.

Já em 1946, o autor estava a escrever o livro sobre Vargas, quando este se encontrava entre os dois governos. Em carta a Getulio Vargas no dia 17 de março, ratifica sua fidelidade ao presidente e informa que está melhorando e ampliando o texto, e que o atraso na publicação se deve ao fato de não deixar sem resposta quaisquer ataques a Getulio. Na época, Rubey Wanderley era o redator-chefe de O Radical, no Rio de Janeiro.

Ruy Castro, escrevendo sobre Roquette-Pinto, informa que Rubey Menezes Wanderley parece ter sido o primeiro locutor de verdade, além de biógrafo do presidente. No presente livro, logo abaixo do nome do autor, na página de rosto, encontra-se impresso: “Diretor de ´Broadcasting´ da Rádio Mauá”.

Encadernação em couro verde com autor, título e assinatura de Vargas gravados em dourado.

Herbert Canabarro Reichardt (fl. 1941). Getulio Vargas e a Idéa Federativa. Conferencia pronunciada no Instituto Nacional de Ciência Política, no dia 24 de maio, de 1941. Rio de Janeiro: [s. n.], [1941?]. 90, [2] p.; 24 cm. (Instituto Nacional de Ciência Política, 4).

Dedicatória na página 1: Ao grande brasileiro Presidente Dr. Getúlio Vargas, cuja amizade e admiração remontam dos tempos da Faculdade de Direito de Porto Alegre, of. H. Canabarro Reichardt. Rio, 24/7/1951.

Reichardt foi presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia e diretor da sociedade Brasileira de Geografia de 1963 a 1966.

Berilo Neves (1899-1974). Eça de Queirós, Romântico ou Naturalista? Rio de Janeiro: Dep. de Imprensa Nacional, 1951. 202, [2] p.; 19 cm.

Dedicatória na folha de guarda: Para o Presidente Getulio Vargas, duas vezes imortal – pela Academia e pela História – homenagem de admiração e estima de Berilo Neves Rio 10.8.51.

Jornalista, crítico literário e escritor, o paraibano Berilo Neves é considerado um dos pioneiros da ficção científica no Brasil. Além disso, em alguns de seus livros, fica patente sua visão machista e preconceituosa sobre as mulheres. Um crítico da época, Manuelito d’Ornellas, afirmou que Neves “não cansa em dizer mal das mulheres e, por isso mesmo, é o escritor mais lido pelas mulheres, no Brasil”.

Marcel-Henri Jaspar (1901-1982). William Pitt Comte de Chatham fondateur de l´empire britannique. Bruxelles: Les Éditions Lumière, 1947. 211, [1] p.; 21 cm.

Dedicatória na p. [1]: A. S. E. Monsieur Vargas, President des Etats-Unis du Brésil, en respectueur hommage de Marcel H. Jaspar. Rio de Janeiro, 26. Septembre 1951.

O autor, político liberal belga, foi diplomata no Brasil de 1951 (ou 1952) a 1954, além de também ter sido jurista, conferencista e homem de Letras em seu país.

Benedicto Valladares (1892–1973). Esperidião Romande. 2.ed. Rio de Janeiro: Cruzeiro S.A., 1951. 309, [3] p.; 22 cm.

Dedicatória na folha de guarda: Ao Presidente Getulio Vargas, mestre de quantos desejem a educação política e a felicidade do povo, oferece Benedicto Valladares. Em 9 de 51.

Benedito Valadares nasceu em Pará de Minas, Minas Gerais, formou-se em Odontologia em Belo Horizonte e Direito no Rio de Janeiro. Apoiou a candidatura presidencial de Getulio Vargas em 1930, lançada pela Aliança Liberal - coligação que reunia os setores políticos dirigentes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, além das oposições dos demais Estados. Em 1933, com a morte do governador mineiro Olegário Maciel, de quem era íntimo colaborador, e apoiado por Flores da Cunha (governador do Rio Grande do Sul), Vargas indicou Benedicto Valladares para o cargo de governador de Minas Gerais - que ao presidente permaneceu como dos mais fiéis aliados.

Gustavo Capanema, interino no governo de Minas, reivindicava o cargo juntamente com Virgílio de Melo Franco (apoiado pelo Ministro Oswaldo Aranha). Para se esquivar de compromissos com um e com outro, mais uma vez o presidente demonstrou sua habilidade política.

Ivolino de Vasconcellos (1917-1995). Francisco de Castro. [Rio de Janeiro]: Academia Brasileira de Letras, 1951. 278, [2] p.; 19 cm.

Dedicatória na folha de guarda: A S. Excia. o Sr. Presidente da República Dr. Getulio Dornelles Vargas o maior estadista da República Homenagem do mais elevado apreço e admiração Ivolino de Vasconcellos Rio, 1951.

O médico e professor Ivolino de Vasconcellos foi o fundador do Instituto Brasileiro da História da Medicina, em novembro de 1945. Sua importância reside principalmente na consolidação da historiografia médica brasileira. Fundou, também, a Federação Nacional da História da Medicina e Ciências Afins. Em 1949, lançou a Revista Brasileira de História da Medicina e foi responsável pelos três primeiros congressos brasileiros de História da Medicina em 1951, 1953 e 1958.

Exemplar da Coleção Getulio Vargas do Museu da República n. 37 em papel tipo pergaminho, com tiragem especial de quarenta exemplares.

Inglez de Souza (1853–1918). O Rebelde. Ilustrações de Iberê Camargo. [Rio de Janeiro]: Os Cem Bibliófilos do Brasil, [1952]. [8], 120, [2] p.; il.; 36 cm.

Tiragem única de cento e dezenove exemplares (um era o original): exemplar letra A impresso para o Exmo. Sr. Presidente da Republica.

A Sociedade Os Cem Bibliófilos do Brasil foi fundada por Raymundo Ottoni de Castro Maya (colecionador de livros, documentos e obras de arte) no Rio de Janeiro, em 1943. Editou 23 obras de literatura brasileira, ilustradas por grandes nomes das artes plásticas brasileiras, com tiragem limitada a 120 exemplares – cem para os membros da sociedade e os demais a serem distribuídos entre as principais bibliotecas do país e do exterior. A obra O Rebelde foi a sétima publicação da coleção. Esses livros são considerados raros por sua tiragem limitada e numerada, e processo artesanal de confecção de alta qualidade. A sociedade publicou de 1944 a 1969.

Augusto dos Anjos (1884-1914). Eu e Outras Poesias. Com um estudo sobre o poeta por Antonio Torres. 16ª. edição. [S. l.: s. n], 1948. 271, [1] p.; 19 cm.

Dedicatória na página inicial: Ao Exmo. Amigo e eminente intelectual Presidente Getulio Vargas, com a maior admiração e amizade oferece o Alexandre dos Anjos. Rio, 1 de Março de 1952 (Avenida Atlantica – 1702).

“Às vêzes, apanhava na biblioteca um de seus livros prediletos e lia trechos favoritos, despertando assim minha curiosidade para todos os assuntos de seu agrado Não sei se foi o som de sua voz penetrante, serena e sem afetação, que me viciou e me habituou mal para sempre. Até hoje não gosto de ler poesias, prefiro ouvir. Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, Antero de Quental, Guerra Junqueiro e tantos outros, só conheci por intermédio dele” (Alzira Amaral Peixoto, 1960, p. 87).

Dedicatória do paraibano Alexandre Rodrigues dos Anjos Júnior, advogado, professor de Pedagogia, irmão caçula de Augusto dos Anjos.

Vicente de Faria Coelho (fl. 1949). O Desquite na Jurisprudência dos Tribunais. Prefácio do Desembargador Frederico Sussekind. Rio de Janeiro: [Freitas Bastos], 1949. [3], 526, [4] p.; 23 cm.

Dedicatória na página de rosto: Ao Eminente Brasileiro Dr. Getulio Vargas, D.D. Presidente da República, como respeitosa homenagem, oferece o autor Vicente de Faria Coelho. Maio 1952.

A Freitas Bastos (antiga Livraria Leite Ribeiro, fundada em 1917) passou à essa denominação em meados da década de 1920. A Leite Ribeiro já era especializada em livros jurídicos, didáticos, infantis, de ciências, literatura brasileira e, mais tarde, de Sociologia, além de livros técnicos.

Francisco de Assis Barbosa (1914–1991). A Vida de Lima Barreto (1881-1922). Edição ilustrada. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1952. 405 p., il.; 24 cm. (Coleção Documentos Brasileiros, 70).

Dedicatória na falsa página de rosto (ou p. 1): Ao Presidente Getulio Vargas, fundador da Nova Republica, nascida com a Revolução de 30, e que forjou a confiança popular com o aço de Volta Redonda e a bondade de um grande coração. Francisco de Assis Barbosa. Rio, agosto de 1952(?).

Francisco de Assis Barbosa nasceu em Guaratinguetá, São Paulo. Foi escritor, historiador e ensaísta, iniciando atividades como jornalista ainda estudante. Exerceu a função de redator-chefe da revista A Época e de editor, redator e colaborador de diversos jornais e revistas entre os anos 30 e 60. Foi também um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores (ABDE), presidida por Manuel Bandeira. Sétimo ocupante da Cadeira 13 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 19 de novembro de 1970, em seu discurso de posse Assis Barbosa exaltou as contribuições de Vargas para a cultura e educação, citando a gestão do presidente como período fecundo para a cultura brasileira.

Tiragem especial, fora do comércio, de cinqüenta exemplares em papel pluma, assinados pelo autor: Francisco de Assis Barbosa.

João Guimarães Rosa (1908–1967). Com o vaqueiro Mariano. Niterói: Edições Hipocampo, 1952. [52] p.; il.; 25 cm.

Dedicatória na falsa página de rosto: A Getúlio Vargas – com sincera admiração e profundo respeito – oferece J. Guimarães Rosa. Rio, 1952.

João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais. Foi contista, romancista e cônsul em Hamburgo, onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho em 1938, com quem se casaria em 1947. Quando Vargas rompeu relações com o Eixo em 1942, o casal e outros funcionários da representação brasileira foram levados pelos nazistas para um hotel luxuoso em Baden-Baden (onde passaram fome por quatro meses). Em 1951, já no Brasil, Guimarães Rosa ocupou novos cargos até ser promovido ministro de primeira classe (cargo correspondente a embaixador). Aracy e Rosa receberam a mais alta distinção que Israel presta a estrangeiros, por facilitar a fuga de muitos judeus perseguidos pelo Nazismo. Desde 1985, o casal dá nome a um bosque perto de Jerusalém.

Ilustração de Darel Valença Lins. O exemplar nº IV, assinado pelo autor e dedicado ao presidente Vargas, é da tiragem destinada ao autor (de I a X).

Composto a mão, esse é o décimo primeiro livro das Edições Hipocampo.

Texto com possíveis correções do autor.

Almir de Andrade (1911-1991). O capital através das doutrinas econômicas. Rio de Janeiro: Editor Borsoi, 1953. 217, [3] p.; 20 cm.

Dedicatória na falsa página de rosto: Ao Presidente Getulio Vargas Sincera homenagem do Almir de Andrade. Rio, 11/2/1953.

Para outro livro do mesmo autor e informações, ver aqui.

Getulio Dornelles Vargas (1882-1954). As Diretrizes da Nova Política do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, [1942]. 349, [1] p., il.; 24 cm.

Esse e o seguinte são livros de autoria de Getulio Vargas publicados pela Editora José Olympio, apesar de o governo já ter assumido o controle de outra editora, A Noite e nessa publicar frequentemente. José Olympio, conhecido por suas amizades que independiam de posições políticas, acabou por se tornar grande amigo do diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda, Lourival Fontes, até a morte deste. Foi através de Fontes que o editor conheceu e passou a admirar Vargas, como se pode confirmar pela carta que Nelson Werneck Sodré recebeu de José Olympio (em 1940), onde afirmava ser fervoroso getulista. Segundo Hallewell, certamente um reconhecimento da aptidão do presidente da arte de governar, mais do que a indefinida filosofia política do carismático presidente.

Getulio Dornelles Vargas (1882-1954). O Govêrno Trabalhista do Brasil; os problemas de base da economia nacional. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1954. 490, [4] p., il.; 24 cm.

Exemplar pertencente à tiragem de cem cópias confeccionadas em papel Westerledger e assinadas pelo autor. Este, naturalmente, sem a assinatura do autor.

Gilberto Amado (1887–1969). História da minha infância. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editôra, 1954. [13], 287, [1] p.; 23 cm.

Dedicatória na página [5]: A Getulio Vargas tenho a honra de oferecer este livro que espelha os meus começos e primeiros esforços numa obscura vila de Sergipe há mais de meio seculo, com o afetuoso respeito e a velha admiração tantas vezes manifestada, Gilberto Amado.

Jornalista, diplomata e advogado, Gilberto de Lima Azevedo Souza Amado de Faria nasceu em Estância, Sergipe e formou-se em 1909, pela Faculdade de Direito do Recife. Transferiu-se para o Rio de Janeiro no ano seguinte, iniciando-se no Jornalismo. Sua atividade política começou em 1915, quando se elegeu pela primeira vez deputado federal por Sergipe, permanecendo na Câmara dos Deputados até 1917. Após a Revolução de 1930, serviu como embaixador no Chile, Finlândia, Itália e Suíça. A partir de 1948, foi membro (e, muitas vezes, presidente) da Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU).

Tiragem especial, fora do comércio, de trinta exemplares em papel Westerledger, assinados pelo autor.