Gregorio Marañón (1887-1960). Vida e Historia. Ensayos (Soledad y Libertad – Los Amigos del padre Feijóo – La Vida en las Galeras en Tiempo de Felipe II – La Psicologia del Vestido). Buenos Aires: Sur, 1937. 134, [2] p.; 19 cm.
Dedicatória na página de rosto: Para S. E. D. Getulio Vargas Presidente de los E. E. U. U. del Brasil. Homenage respetuoso y agradecido de G. Marañón.
O autor madrilenho foi médico e ensaísta, precursor da Endocrinologia e da Geriatria na Espanha, além de estudioso da Psicanálise e das teorias psicossexuais de Freud, com quem chegou a discutir questões relacionadas à libido, oferecendo apoio biológico a essas teorias.
Exemplar da Coleção Getulio Vargas do Museu da República com correções editoriais ao longo do texto e cartão de visita do autor na folha de guarda: Dr. G. Marañón Profesor de la Universidad de Madrid e [a caneta] 14 bis [../] Paris.
A Illustração Luso-Brasileira. Jornal Universal. Lisboa: Typographia de A. J. F. Lopes, 1856-
Dedicatória: Ao Exmo. Senhor Dr. Getulio Vargas [../] Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil de passagem por Paquetá na Chacara do Senhor Darke Filho offerece um admirador e servidor de V. Ex. [../] Manoel Perlingeiro 1-1-37.
De fato, em seu Diário, Getulio registra dias agradáveis em Paquetá com o amigo Darke de Matos, onde repousou com a família tomando água de côco e banhos de mar.
Gilberto Freyre (1900-1987). Nordeste – Aspectos da influencia da canna sobre a vida e a paizagem do nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1937. 267, [3] p., il; 23 cm.
Dedicatória na página [5], ex. 1: Ao Presidente Getulio Vargas que se interessa tão vivamente pelo estudo dos nossos problemas sociaes, homenagem de Gilberto Freyre. Rio 1937.
O autor numerou e assinou o exemplar como n. 11, na página [4].
Gilberto Freyre foi sociólogo, antropólogo e professor. De 1926 a 1930 exerceu o cargo de secretário do governador de Pernambuco. Em 1930 sai do país por causa da Revolução, indo lecionar em 1932 nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1933, quando concluiu e publicou seu livro Casa Grande & Senzala. O ano de 1937 – data da dedicatória do autor a Vargas – marca o início do período ditatorial do Estado Novo e também o ano em que Gilberto Freyre assume a posição de consultor técnico do Patrimônio Nacional como especialista em Belas Artes, função que exerceu até 1957. Leia Mais
Carimbo do Departamento de Imprensa e Propaganda, 1944, exemplar 2.
José Rubén Romero (1890-1952). Mi Caballo, Mi Perro y Mi Rifle. Barcelona: Agustín Núñez, 1936. 246 p.; 24 cm.
Dedicatória na folha de guarda: Para su Excelencia el Sñ Presidente de la República de los Estados Unidos del Brasil Señor Doctor D. Getulio D. Vargas, homenaje de simpatia y respeto. J. Rubén Romero Embajador de México. Rio de Janeiro, 8 Oct 1937.
José Rubén Romero, mexicano, foi diplomata, poeta, jornalista, conselheiro da presidência daquela república e membro da Academia Mexicana de la Lengua. Devido a atividades políticas, quase foi fuzilado, não fosse por seu pai salvá-lo pouco antes de ser levado para o “paredón”. Foi embaixador do México no Brasil de 1937 a 1938, tendo criado embaraços entre os dois governos por abrigar asilados políticos na embaixada mexicana, no episódio da implantação do Estado Novo no Brasil em 1937.
Fioravanti Di Piero (1904-2006); Luthero Vargas (1912-1989). Semiologia Radiológica Cárdio Vascular. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, [1938?]. 367, [1] p.; 24 cm.
Dedicatória na p. [5]: A meus pais, em meu nome e no de meu amigo Fioravanti Di Piero, afetuosamente Luthero.
Ruggero Pongetti (1900-1963) criou com o irmão Rodolfo a Irmãos Pongetti Editores. Hábil relações públicas, atraía amigos e despertava simpatia por onde passava. Foi o editor de jovens poetas e ficcionistas que não tinham editor e presidiu o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) entre 1960 e 1962.
André Carrazzoni (n. 1897). Getulio Vargas. 2. ed. acrescida de varias notas e de um capitulo inédito. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1939. [2], 212, [4] p., il.; 19 cm.
Em 18 de março de 1939, Getulio escreve em seu Diário: “Após o almoço, fiz o meu passeio habitual, acompanhado por um dos meus ajudantes-de-ordens. Desta vez acompanhou-me também o Carrazoni, que está escrevendo um livro sobre a minha vida. Prestei-lhe alguns esclarecimentos e disse-lhe que gosto mais de ser interpretado do que de me explicar”.
O livro se insere no contexto das necessárias narrativas históricas e biográficas que visavam consolidar o país dentro da nova diretriz. O autor, habitué da Livraria José Olympio, embora não tenha sido preso, chegou a sofrer perseguição da repressão instalada com o Estado Novo.
Encadernação em couro com gravação do título e autoria em relevo e amarras. Livro acondicionado em caixa.
Possivelmente, o autor doou seu próprio exemplar a Getulio Vargas.
Tiragem especial, fora do comércio, de dez exemplares em papel vergé, numerados e assinados pelo autor: Número 1. André Carrazzoni.
Reprodução fotográfica de Getulio Vargas aos doze anos de idade no início do livro.
O Ideal Republicano de Benjamin Constant. Publicação comemorativa do primeiro centenário do nascimento do fundador da República Brazileira. Rio de Janeiro: Tip. do Jornal do Commercio, 1936. [8], 320 p., il.; 19 cm.
Dedicatória nas páginas iniciais: Rio de Janeiro, 3 de S. Paulo de 150. 23 de maio de 1938. Ao Exmo Sr. Dr. Getulio Vargas, M. D. Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil peço licença para oferecer este exemplar do opusculo – “O Ideal Republicano de Benjamin Constant, como signal de agradecimento pela parte ativa que tomou, com toda serenidade, quando a sua vida e a de sua Exma Familia perigaram, na defeza da nossa Patria e de suas instituições sagradas, perfeitamente simbolizadas, na madrugada tenebrosa de 11 do corrente, na sua pessôa e nas dos seus entes mais caros. Leia Mais
O sergipano Geonísio Curvello de Mendonça nasceu em 1877. Tornou-se Positivista ortodoxo, fez parte da Comissão de Inspeção dos Correios da Amazônia, foi administrador dos Correios de São Paulo em 1921, ajudou a fundar, o Centro Positivista da Bahia em 1922, foi diretor da Direção Geral dos Correios e Telégrafos em 1930, pertenceu à delegação Executiva da Igreja Positivista do Brasil em 1949 e escreveu sobre Comte e o calendário Positivista na década seguinte.
Imprenta: Rio de Janeiro Tip. do Jornal do Commercio Rodrigues & C. 148-1936.
Emil Ludwig (1881-1948). Roosevelt. Tradução de Limeira Tejo. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1938. 319, [9] p., il.; 23 cm.
Dedicatória na falsa página de rosto: Ao dr. Getulio Vargas, ilustre presidente da Republica, com a estima cívica de Limeira Tejo. P. Alegre, 12/7/938.
De origem abastada, o tradutor e jornalista Aurélio de Limeira Tejo nasceu em Caruaru, Pernambuco, em 1908. Com forte personalidade, acabou por abandonar sua cidade natal e, posteriormente, Recife, por motivos políticos. Radicando-se no Rio de Janeiro e, em seguida, em Porto Alegre, colaborou para O Jornal, O Diário e Correio do Povo, assim como foi correspondente internacional da Organização das Nações Unidas (ONU). Das décadas de 1930 a 1960 Tejo publicou vários trabalhos.
A Biblia Sagrada contendo o Velho e o Novo Testamento. Traduzida segundo os originais hebraico e grego. Tradução brazileira. New York: American Bible Society, [s. d.]. 282 p.; 19 cm.
Encadernação em couro com gravação em dourado: Ao Eminente Chefe da Nação Brasileira – Homenagem da Sociedade Bíblica Americana – Rio de Janeiro, 1939.
Getúlio Vargas foi um cristão tardio. Era positivista e agnóstico, caminhando lentamente para o catolicismo. Casou-se no religioso somente em 1932, não sendo, aparentemente, fervoroso.
Há outro livro, de 1933, sobre tema religioso, com dedicatória.
Almir de Andrade (1911-1991). Fôrça, Cultura e Liberdade; origens históricas e tendências atuais da evolução política do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1940. 269, [3] p.; 23 cm.
Dedicatória na página 1: Ao Presidente Getulio Vargas, cujo pensamento político, integrado nas mais puras e genuínas tradições brasileiras, êste livro procurou interpretar – como expressão de profunda simpatia intelectual e muito sincera admiração. Em 28/8/1940 Almir de Andrade.
O jornalista e advogado Almir de Andrade exerceu, entre outros, o cargo de professor de Psicologia e Lógica na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1937 e, dois anos depois, foi responsável pela criação da primeira cadeira de Psicologia de nível universitário no Brasil, na Faculdade Nacional de Filosofia, tendo desempenhado a função em conjunto com André Ombredane, de Sorbonne, em 1940, trabalhando com casos psicopatológicos colhidos no Hospício Nacional, no Instituto de Surdos e Mudos, na Santa Casa da Misericórdia e em outras instituições. Foi um dos principais ideólogos do Estado Novo, ao lado de Francisco Campos e Antonio José Azevedo do Amaral a convite de Lourival Fontes, diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda.
As ideias presentes na revista tiveram início nesse livro, Força, Cultura e Liberdade: origens históricas e tendências atuais da evolução política do Brasil, onde o autor se dedica ao estudo do Brasil político contemporâneo e à influência de Getulio Vargas nessa evolução.
Hermann Wendel (1884-1936). Danton; com 10 gravuras fora do texto. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti Editores, [1935]. 375, [1] p., il.; 22 cm.
Dedicatória na falsa página de rosto: Ao Presidente Vargas respeitosa homenagem do tradutor Carlos Domingues. Rio de Janeiro, 28.11.1940.
O pernambucano Carlos Augusto Guimarães Domingues (1896-1974) foi advogado, membro da Sociedade Brasileira de Geografia, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Presidente da Liga Brasileira de Esperanto e publicou um famoso dicionário português-esperanto, esperanto-português.
Francisco Martins dos Santos (1903-1984). Lendas e Tradições de uma Velha Cidade do Brasil. [Ilustrações de Wasth Rodrigues e Victor de Mendonça]. São Paulo: Emprêsa Gráfica da “Revista dos Tribunais”, 1940. [22], 253, [1] p., il.; 20 cm.
Dedicatória na página inicial: Ao eminente Dr. Getulio Vargas, benemérito da Patria, protector dos intellectuaes, grande Chefe da Nação, com o mais profundo respeito offerece o autôr. Francisco Martins dos Santos. Rio, 19/12/940.
O autor, poeta santista, foi cantor lírico, jornalista, historiador e bibliotecário, tendo exercido esta última profissão somente após 1955 na Câmara Municipal de Santos. Foi funcionário federal adido à presidência da República a partir de 1938 e fundou o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, em 1959. Teve uma vida plena de atividades intelectuais, publicou vários livros e deixou muitas obras prontas, sem editar.
Eugénio de Lemos (1899-1980). Santarém, lenda e história. Santarém: [Oficinas do Correio da Extremadura], 1940. [8], IV, [2], 66, [5] p., il.; 23 cm.
Dedicatória na folha de guarda: A Sua Excelencia o Dr. Getúlio Vargas, egrégio Chefe de Estado no Grande Brasil, da cidade que ciosamente guarda as cinzas do Descobridor [Rio de Janeiro], se lhe presta homenagem do maior respeito e sincera admiração. Eugenio de Lemos jan°. de 1941.
Eugenio Mascarenhas Viana de Lemos, português, foi advogado, escritor e governador de Santarém entre 1935 e 1944 e de Coimbra, entre 1947 e 1954. A oferta do livro ao presidente pode ter ocorrido em função do presente de Getulio Vargas ao povo português em 1940: uma réplica da estátua de Pedro Álvares Cabral, localizada em Lisboa, feita pelo escultor Rodolfo Bernadelli em 1900.
Brasil. Constituição, 1937. Constituição dos Estados Unidos do Brasil e leis constitucionais nºs. 1, 2, 3, e 4. Rio de Janeiro: DIP, 1940. 74, [2] p.; 16 cm.
Apesar de não haver dedicatória para Getulio Vargas, consideramos relevante incluir o livro na mostra, pelas informações manuscritas do presidente.
Anotação de Getúlio na página [3]: Esta é a época dos que acreditam e constróem, confiam e trabalham, reforçando a nacionalidade. G. Vargas.
Na página 43, ao lado do item 14, lê-se: Ou a hipotese prevista no paragrafo segundo do art. 166. Leia Mais
Em consonância com os movimentos fascistas em outros países, no dia 10 de novembro de 1937 o presidente Getulio Vargas outorgou a quarta constituição da história brasileira, implantando a ditadura do Estado Novo, rompendo com os textos de caráter liberal então vigentes no país e concentrando poderes nas mãos do chefe do Executivo. Somente em outubro de 1945 os membros da recém criada Assembleia Nacional Constituinte elaboraram novo texto constitucional, em vigor após setembro de 1946.
Edgard de Cerqueira Falcão (1904-1987). Relíquias da Bahia (Brasil). São Paulo: Graphicars Romiti & Lanzara, 1941. XXXVI, 511, [1] p.; 32 cm.
Dedicatória na página inicial: A Sua Excia Dr. Getulio Vargas o grande Presidente, que tão sabiamente vae conduzindo o Brasil aos seus grandes destinos. Palida homenagem de Durval Neves da Rocha Prefeito de Salvador. Baia, 30 de Setembro de 1941.
Durval Neves da Rocha (1892-1961) foi prefeito de Salvador, Bahia, de 1938 a 1942 e senador de 1954 a 1959.
José de Segadas Viana (n. 1906); Francisco Galvão (fl. 1942). Lei de Proteção da Família (doutrina, legislação e formulário). Rio de Janeiro: Livraria Jacintho Editora, 1942. 229, [3]. p.; 24 cm.
Dedicatória na folha de guarda: A S. Excia o Snr. Dr. Getulio Vargas, homenagem do editor [carimbo da Livraria Jacintho] Antonio Santos, 20/1/42.
O editor Jacintho Ribeiro dos Santos herdou o empreendimento comercial de seu parente e herdeiro Serafim José Alves, português estabelecido no Rio de Janeiro em 1871 e talvez já o principal editor de livros jurídicos da época. A Livraria Jacintho existiu até 1945.
Jayme de Barros [Câmara] (1894-1971). A Política Exterior do Brasil (1930-1940). Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa e Propaganda, 1941. 367, [3] p.; 19 cm. (Série Decenal da Revolução Brasileira).
Dedicatória na folha de guarda: Para o Presidente Getulio Vargas, em cujas mãos poderosas o Brasil cresce em força, em cultura, em civilização. Com o profundo (?) reconhecimento de Jayme de Barros. Rio, 20 de Março de 1942.
A monografia é uma das premiadas, em 1939, no concurso instituído pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (1937-1945), com intuito patriótico e caráter apologético, para divulgação em todo o país.
Bento de Faria (1875-1959). Das Contravenções Penais (Dec.-lei n. 3688 - de 3 de outubro de 1941). Rio de Janeiro: Livraria Jacintho, 1942. 2 v.; 23 cm.
Dedicatória na página 5: Ao Eminente Presidente e presado amigo, Exmo. Dr. Getulio Vargas of. o Bento de Faria. Rio, 21-5-942;
O advogado carioca Antonio Bento de Faria desfrutou de ativa vida política, sendo ministro do Supremo Tribunal Federal (1925-1945) e relator do habeas-corpus que visava a impedir a expulsão do Brasil da cidadã alemã Olga Benário Prestes. Olga ficou presa no país por mais de cinco meses até ser expulsa, em 1936. Sua filha Leocádia nasceu nesse mesmo ano em Berlim e foi entregue à avó paterna em 1938. O Estado Novo seria criado em novembro de 1937 e os campos de concentração em 1941. Por ser judia e comunista, Olga foi capturada e veio a falecer em 1942, em um desses campos.
Amilcar A. Botelho de Magalhães (n. 1880). Rondon, uma Relíquia da Pátria. Curitiba/São Paulo: Editora Guaíra Limitada, 1942. 250 p.; 24 cm. (Série Biografias, 3).
Dedicatória na falsa página de rosto: Ao amado, respeitado e insubstituível Presidente Getulio Vargas – encarnação viva do destino do Brasil – com profunda estima. Paulo Pacla. Rio, 8 de Junho de 1942.
Lê-se no Diário de Getulio Vargas (1942): A 1º. de maio desci para o Rio, com o propósito de comemorar esse dia no grande comício dos trabalhadores no estádio do Vasco da Gama. Um incidente de automóvel imobilizou-me no leito durante vários, vários meses [ocorrido na Praia do Flamengo, obrigando o presidente a permanecer três meses em convalescência]. Só a 27 de setembro regressei a Petrópolis para transportar parte das coisas que ficaram no Rio Negro. Quantos acontecimentos de grande transcendência ocorreram na vida do Brasil [aqui, Vargas se refere à participação brasileira no conflito mundial e, internamente, à aproximação de uma crise no regime]. [../] A revolta, o sofrimento também mudou muita coisa dentro de mim!
O autor do livro era sobrinho do líder republicano Benjamin Constant e chegou a participar de expedições comandadas pelo general Cândido Rondon, tendo publicado amplamente sobre o tema.
“Biografias” era uma das séries da Editora Guaíra de Curitiba que, no final da década de 1930, conheceu grande reputação nacional, publicando livros de André Malraux, Mário de Andrade e traduções de Jorge Amado, com produção de quase 50 títulos no início dos anos 1940. Após o fim da guerra, produção e importância declinaram.
Manuel Bandeira (1886-1968). Noções de Historia das Literaturas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942. xviii, 385, [3] p.; 22 cm.
Dedicatória na folha de guarda: A Sua Excelencia dr. Getulio Vargas, homenagem do seu confrade e admirador Manuel Bandeira Rio 1942.
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho era pernambucano, professor, poeta, crítico de Arte e de Literatura. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 29 de agosto de 1940 e desde 1938 era membro do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tendo sido também o primeiro presidente da Associação Brasileira de Escritores (1942). Após a queda de Getulio Vargas, Bandeira aceitou convite de Sergio Buarque de Holanda para ingressar na Esquerda Democrática, que veio a se tornar o Partido Socialista Brasileiro, dirigido por João Mangabeira.
Antero de Quental (1842-1891). Sonetos Completos e Poemas Escolhidos. Seleção, revisão e prefácio de Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1942. IX, [1], 315, [3] p., il.; 22 cm. (Coleção Clássicos e Contemporâneos).
Dedicatória na folha de guarda: A Sua Excelencia o Senhor Presidente da República – Doutor Getúlio Vargas testemunho de admiração e respeito do [../] Jaime Cortesão.
O português Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960) foi médico, político, historiador, professor, editor e escritor, além de diretor da Biblioteca Nacional de Portugal entre 1919 a 1927. Presidiu a Junta Revolucionária do Porto durante a tentativa de derrubada da ditadura militar portuguesa do governo de Salazar – o que causou sua demissão do cargo de direção na Biblioteca. Veio para o Brasil exilado durante o Governo Vargas, fixando-se no Rio de Janeiro e dedicando-se ao ensino universitário, especializando-se na História dos Descobrimentos Portugueses. Retornou a Portugal em 1957. A Cátedra Jaime Cortesão, do Instituto Camões em parceria com a Universidade de São Paulo, desde 2001 organiza congressos, seminários e outros eventos científicos.
“Livros de Portugal” foi uma editora aberta por Antonio A. de Souza Pinto no Rio de Janeiro, assim como “Livros do Brasil” (antiga Civilização Brasileira) também era propriedade do mesmo editor. Em 1941, os regimes de Vargas e Salazar firmaram acordo cultural para o comércio livreiro entre Brasil e Portugal.
José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911). Os Gatos. Prefácio e seleção de José Lins do Rego. Rio de Janeiro: Livros de Portugal Ltda., 1942. 332, [4] p.; 22 cm.
Dedicatória na p. [1] inicial: A Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, Doutor Getúlio Vargas, homenagem da mais grata estima e admiração, e de fidelidade portuguesa ao Brasil do Jaime Cortesão [../].
Os Gatos são cadernos periódicos, redigidos entre 1889 e 1894, do médico Almeida que seguiu carreira literária. No Dicionário Cronológico de Autores Portugueses (Vol. II, Lisboa, 1990), Os Gatos é retratado como um misto de belo e desequilibrado; de justiceiro e injusto. Fialho de Almeida é considerado um dos grandes escritores do século XIX. Usou como pseudônimo Valentim Demónio em diversos artigos. Morreu em Cuba, onde foi sepultado.
Léopold Stern (m. 1886). A Morte de Stefan Zweig. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S. A., 1942. 119, [3] p.; 18 cm.
Dedicatória do autor na p. [1] inicial: A Sua Excelencia Presidente Getulio Vargas respeitosa admiração, Léopold Stern. Rio 1943.
Uma semana após a chegada de Stefan Zweig ao Rio de Janeiro, o Serpa Pinto, ou Navio do Destino – dessa vez com 420 refugiados a bordo, responsável por trazer para as Américas judeus perseguidos pelo nazismo -, trouxe Stern para o Brasil, no dia 29 de agosto de 1940. O autor romeno, amigo do biografado, tornou-se aqui escritor e membro ativo do Pen Clube do Brasil. Nesse livro consta que os funerais foram custeados pelo Estado, tendo sido Getulio um dos primeiros a ser comunicado da morte do casal. O presidente, que tantos vistos havia negado a judeus talvez bem mais necessitados, conforme nos traz Benjamin Moser, havia conferido asilo ao escritor, agradado, possivelmente, pela escrita de Brasil: Um País do Futuro, em 1941. “Stefan Zweig não será mais nômade, nem refugiado. A partir de hoje, tornou-se, para sempre, cidadão deste belo Brasil, que ele tanto amou e que, por sua vez, tanto o quiz” (Stern, p. 118-119).
Licurgo Costa (1904-2002). Cidadão do Mundo. Prefácio de Valentim F. Bouças. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1943. 336, [4] p., il.; 23 cm.
Dedicatória na página inicial: Ao Sr. Presidente Getulio Vargas homenagem de Licurgo Costa 12.VII.43.
O catarinense Licurgo Ramos da Costa viveu boa parte de sua vida no Rio de Janeiro e em outros países. Advogado, médico, escritor, jornalista, diplomata, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, escreveu e trabalhou em diversos jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e de seu Estado natal. A partir de 1941, tornou-se adido comercial em vários países e se aposentou em 1973. Desfrutou da amizade pessoal de Getulio Vargas e de artistas, escritores, políticos e estadistas como Franklin Delano Roosevelt e Dwight D. Eisenhower, António de Oliveira Salazar e Francisco Franco, Pablo Picasso e De Chirico, Jorge Luiz Borges e Octávio Paz, Ruy Barbosa e Manoel Bandeira, Ortega Y Gasset e papas como Pio XII, Paulo VI e João Paulo II. Foi amigo pessoal de Cândido Portinari, Heitor Villa Lobos e de Juscelino Kubitschek de Oliveira.
No verso da página de rosto desta terceira edição, o autor escreve: 3ª. Edição N. 1 e assina.
Paul Frischauer (1898-1977). Presidente Vargas. Tradução de Mário da Silva e Brutus Pedreira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1943. 393, [3] p.; 22 cm.
Dedicatória no verso da página de rosto: Ao Dr. Getulio Vargas com todo respeito do historiador [ilegível] Rio, 6 de setembro 1943.
A assinatura e a dedicatória parecem ser de origens diferentes, pela cor da tinta e pelo tipo de letra.
Em carta (acervo da Fundação Getulio Vargas) de Alzira Vargas, então em Petrópolis, a seu pai, após exame dos originais da biografia em questão, lê-se, entre outras notas: “p. 64: a entrada de B. Torres na historia convem q leia estas 2 paginas para vêr si podem continuar assim pois meus conhecimentos do assunto não permitem q. me aprofunde muito.”
Raul Machado (1891-1954). A Culpa no Direito Penal. 2. ed. revista e ajustada ao Código Penal. São Paulo: [s. n.], 1943. XI, [3], 392, [16] p.; 24 cm.
Dedicatória na página IX: Ao Exmo. Snr. Presidente Getulio Vargas, o grande renovador do Direito brasileiro, a respeitosa homenagem do Raul Machado. Rio 1943.
O autor publicou, além de livros de Direito, vários outros de poesia. Fez parte do corpo de Juízes do Tribunal de Segurança Nacional, nomeado por Getulio Vargas em 1936, a fim de julgar os implicados na insurreição de novembro de 1935 pelo então Partido Comunista do Brasil (PCB). Nessa insurreição, segundo um dos biógrafos de Vargas, André Carrazzoni, o presidente deixou sua residência quando soube do motim e seguiu para as linhas de fogo, causando natural entusiasmo e ânimo nas tropas combatentes. Terá esse evento também contribuído para que Vargas pensasse um Estado novo, mais protegido de oposições?
William Shakespeare (1564-1616). The Tragedy of Romeo and Juliet. New York: The Heritage Press, [1935]. [77] f., il.; 29 cm.
Dedicatória na folha de guarda: Ao Presidente Getulio Vargas cordial lembrança de seu amigo Gustavo Capanema, 31-XII-1943.
Ver outro livro dedicado a Vargas por Capanema aqui
António Augusto Mendes Corrêa (1888-1960). Raízes de Portugal – Portugal “Ex-Nihilo”! ../ Terra e Independência – A Raça – Posfácio. 2. ed. Lisboa: Revista Ocidente, 1944. 158, [2] p., il.; 19 cm. (Cultura Histórica).
Dedicatória na folha de guarda: A S. Excia. o Senhor Presidente da Republica Brasileira, [../] Dr. Getúlio Vargas, Homenagem respeitosa de A. A. Mendes Corrêa.
O médico e antropólogo Antonio Augusto Mendes Corrêa atuou em várias áreas do conhecimento. Entre 1936 e 1942, durante funções administrativas na cidade do Porto, desenvolveu ações relevantes na preservação e divulgação do patrimônio histórico e cultural dessa cidade.
Jorge Severiano Ribeiro (1893-1950). Dos Crimes e das Infrações no Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: Revista do Trabalho Editora, 1944. 253, [1]; 24 cm.
Dedicatória na falsa página de rosto: Ao Presidente Getulio Vargas com todo o respeito e a admiração do Jorge Severiano 1944.
Jorge Severiano Ribeiro foi cearense, promotor público e procurador da Justiça do Trabalho.
Antonio Gonçalves Dias (1823-1864). Obras Poéticas de A. Gonçalves Dias. Organização, apuração do texto, cronologia e notas por Manuel Bandeira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944. 2 v.; 20 cm.
Dedicatória na página inicial: Ao dr. Getulio Vargas tem a honra de oferecer o seu confrade admirador Manuel Bandeira. Rio, agosto 1944.
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (1886-1968) foi poeta pernambucano, além de crítico de Literatura e de Artes, desenhista, historiador literário, tradutor, professor de Literatura, inspetor federal de ensino nomeado por Vargas, membro da Academia Brasileira de Letras e do Conselho Consultivo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O grande poeta brasileiro foi também um dos intelectuais cativados por Vargas.