“Tão grande e tão importante, tão simbolicamente representativo da nossa própria instituição vigente se tornou este palácio que, mudada a Capital em obediência a uma disposição constitucional e às exigências do novo Brasil, não me foi possível dar outro destino a esta nobre mansão”. (Trecho do discurso de Juscelino Kubitschek na inauguração do Museu da República – 15/11/1960).
No dia 15 de novembro, comemora-se a Proclamação da República e também o aniversário do Museu da República, inaugurado na mesa data no ano de 1960. A decisão de transformar em museu o Palácio do Catete coube ao então presidente Juscelino Kubitschek, que estava prestes a efetuar a mudança da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília. A criação do Museu da República, como divisão de história republicana do Museu Histórico Nacional, foi oficializada pelo decreto 47.883 de 8 de março de 1960.
Em 20 de abril daquele ano, uma cerimônia de despedida marcou a última noite da cidade do Rio de Janeiro como Distrito Federal e do Palácio do Catete como sede da Presidência, função exercida desde 1897. Na ocasião, JK entregou a chave do Palácio ao escritor Josué Montello, então diretor do Museu Histórico Nacional, com a promessa de que voltaria no dia 15 de novembro para a inauguração do Museu da República.
Juscelino Kubitschek cumpriu sua promessa e a solenidade de inauguração recebeu grande cobertura da imprensa da época. O museu, no entanto, somente foi aberto ao público em 3 de novembro de 1960, após a conclusão do envernizamento do assoalho. A primeira chefe do Museu da República foi a museóloga Jenny Dreyfus, que exerceu a função até 1973.
Convites, telegramas de felicitações, listas de convidados do evento, além da medalha comemorativa e objetos doados para a inauguração do Museu da República fazem parte hoje do acervo museológico e arquivístico da instituição. Uma seleção desses itens também se encontra em exposição permanente no andar térreo do Palácio do Catete.
A programação de aniversário do Museu da República
O Museu da República celebrará seus 58 anos com apresentações musicais e a inauguração de duas exposições que comemoram, por sua vez, os 30 anos da Constituição Brasileira de 1988. O Museu possui vasto acervo dedicado à memória da Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), na Coleção Memória da Constituinte, que vêm a público na exposição “A primavera brasileira: o povo na constituição”. A partir de banners que expõem fotografias, cartazes, documentos e outros itens da coleção, os alunos do Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, em parceria com o museu, apresentam uma leitura das movimentações políticas que acompanharam o cenário na criação da nova Carta Magna.
Também abordando o tema constitucional, estudantes do Colégio Amaro Cavalcanti do Rio de Janeiro promovem a exposição “Escola e Museu: Construindo Sentidos”, no Palácio do Catete. A escola propõe, por meio de curadoria coletiva e de uma expografia que perpassa o uso de objetos pessoais do cotidiano, a ênfase nos direitos garantidos pelo artigo 5º da Constituição Federal de 1988, como direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança. Os alunos responsáveis pela exposição estarão presentes na inauguração no dia 15 de novembro, às 11h, no horário de abertura do Palácio do Catete.
Locais e data da programação
Quando: 15 de novembro de 2018
Apresentações musicais:
10h, no Pátio Interno – Coral Comemorativo
12h30, no Auditório – Música no Museu, com Top Five, clássicos internacionais. A apresentação é parte do X Rio Winds Festival, – Festival Internacional de Sopros, que ocorre em novembro no Rio de Janeiro.
15h30, no Pátio Interno – Arruma o Coreto, roda de choro consagrada patrimônio imaterial cultural do Rio de Janeiro
Inauguração de exposições:
> “Escola e Museu: Construindo Sentidos”, no Palácio do Catete, a partir das 11h
Trata-se de uma exposição coletiva de estudantes do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti. Nela, o público é convidado às linhas e entrelinhas de poesias e reflexões presentes em objetos pessoais, calças jeans, camisas e/ou camisetas de malha deles. Com abordagem interdisciplinar tanto entre escola e museu, quanto entre Literatura e História, percursos cotidianos como casa-escola-casa, memória e direitos afloram em leituras museais.
> “A primavera brasileira: o povo na constituição”, pelos alunos do Colégio Pedro II, no Jardim do Museu da República:
Exposição de banners sobre a história da Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988 a partir de documentos, fotografias e outros itens do acervo da Coleção Memória da Constituinte, do Museu da República. Produzida por alunos do Colégio Pedro II a partir de uma parceria entre a escola e o museu.
Seguem em cartaz:
> “Museu Nacional Vive”:
Com charges, fotografias e desenhos do artista Carlos Latuff que perpassam sua trajetória de criança a adulto, como visitante do Museu Nacional
> “Fora/Dentro”:
A vasta obra de Raul Mourão transita por esculturas, objetos, fotografias, vídeos e outras formas de arte inspiradas na cidade e na vida urbana. Em Fora/Dentro, o artista expõe grandes esculturas em aço que são uma ode ao movimento, dentro da Galeria do Lago, e fora, nos jardins do Museu da República.