Instituto Brasileiro de Museu

Museu da República

Republicando: Boletim Mensal – Agosto/2016

Republicando: o boletim do Museu da República

Foto do teto do salão nobre do Museu da República contendo os Deuses do Olimpo
Crédito da foto: Banco Safra
Olimpíadas no Museu da República
O Olimpo é aqui

As lendas que envolveram as práticas dos Jogos Olímpicos são muitas. Numa delas, Zeus resolveu disputar o poder com Cronos, o rei do tempo, vencido pela jovem divindade, que o sucedeu e passou a organizar os jogos para que os mortais registrassem sua coroação. Noutra, a iniciativa teria partido de Hércules (Héracles), o gigante grego, com o intuito de estimular seus cinco irmãos à guerra, organizando as primeiras provas.
A princípio a competição teve início, possivelmente, com uma corrida a curta distância, e a partir dai outras provas foram criadas, aumentando os desafios. A iniciativa de coroar o vencedor com um ramo de oliveira colocado na cabeça do bem-sucedido seria sugestão de Hércules.
Provavelmente os jogos olímpicos resultaram de uma evolução natural, sendo costume antigo organizar essas disputas nos momentos fúnebres, quando um grande herói era cremado e depois sepultado.
Nenhum povo da antiguidade valorizou tanto as práticas do esporte e o culto da exuberância e perfeição física como fizeram os gregos, que escolheram um local específico – Olímpia – para competirem entre si. Olímpia passou a ser um monumento vivo para celebrar a beleza dos atletas, o seu desempenho e sua capacidade fenomenal de superar-se nas provas.
Neste mês, quando a cidade do Rio de Janeiro sedia os Jogos Olímpicos 2016, o Museu da República trará uma programação apresentando a exposição “O Olimpo é Aqui”, a ser inaugurada na segunda quinzena, e a exposição “Nascimento de Vênus”, no Jardim Histórico.
Teremos no Cineclube Cinema e História Silvio Tendler a apresentação de dois documentários dirigidos pelo cineasta que dá nome ao projeto Cineclube: “Dr. Getúlio – Últimos Momentos” e “Oswaldo Cruz – O médico do Brasil”. Já a Jornada Republicana terá como tema a “Capoeira e a intolerância no tempo da República”, com palestra e debate com convidados.
Para a turma infantil o Museu preparou uma programação animada com “Glorinha e Renato” e “Bel e Tetê”, com muita música e brincadeiras. O grupo da Seresta do Museu, o “Curso de Filosofia- Encontros com Platão” e a tradicional Feira de Fotos complementam a programação do mês.
Antonio Clemente Pinto chegou ao Brasil como imigrante em 1807, acompanhando seu tio. Trabalhou muitos anos no comércio e no tráfico de escravos, investindo posteriormente na mineração e no plantio de café, o qual lhe proporcionou uma imensa riqueza. O pobre português tornou-se o homem mais rico do Império Brasileiro em cerca de 50 anos, com inúmeras propriedades, fazendas e ferrovias construídas.
Agraciado com o título de Barão em 1854, buscou colocar-se de forma digna de sua posição na capital do Império, erguendo, segundo as palavras do cronista J. J. von Tschudi, entre 1858 e 1867, “na mais bonita e mais larga rua da cidade nova, a rua do Catete, a caminho de Botafogo, um palácio de cantaria, a custo muito elevado, projeto de um engenheiro alemão”.
Prestes a completar 150 anos de sua edificação, o Palácio do Catete, mais conhecido como a antiga sede da Presidência da República, guarda em sua decoração inúmeras referências à mitologia greco-romana. Essa característica era tão evidente na época de sua construção que muitos cronistas chamaram o Palácio de “quase romano”.
No Brasil do século XIX, dominado pelo neoclassicismo na arquitetura e nas artes, o Império Brasileiro buscava construir uma identidade nacional com olhos na Europa, não na diversidade de seu povo e nas tradições da época da colônia. O Palácio do Catete não escapou a esse movimento: os deuses que ornam os salões do palacete tinham como objetivo passar mensagens para todos aqueles que pudessem compreender esses símbolos. Por exemplo, a escolha dos Deuses da fachada tinha como objetivo: mostrar as fontes da riqueza do Barão — a agricultura e o comércio —, e a vinculação do projeto do Palácio com a cultura erudita da época. Nos diversos salões, temos inúmeras referências à divindades, indicando o uso daqueles recintos: no Salão Nobre, a decoração tem como tema Apolo, o deus da beleza e da música. O Salão de Banquetes, Diana, divindade vinculada à caça…
Nesses tempos olímpicos, convidamos os visitantes a observar os elementos clássicos na decoração do Palácio, muitas vezes escondidos do nosso olhar e do nosso interesse, e ver que, nessa casa, o Olimpo não parecia tão distante da realidade dos brasileiros do século XIX.

Marcos Macri, historiador do Museu da República

Agenda de Agosto
Dias 1 a 7, 9 a 14, 16 a 21, 23 a 28 e 30 a 31
Seresta no Museu da República
Organizada pelos frequentadores do Museu
Local: Pátio Interno
Horários: 17h às 20h (terça a sexta-feira) e
15h às 18h (sábados e domingos)

Dia 3
Lançamento do livro “LIVRES E ÁVIDOS SENTIDOS”, de José Leal
Local: Auditório Apolônio de Carvalho
Horário: 18h30min

Dia 4
“DIÁLOGOS COM PLATÃO: Uma introdução à Filosofia”
O curso visa apresentar a Filosofia a partir do mundo conceitual inventado por Platão, fazendo ressonâncias com os pensadores e poetas que o precederam e explicitando sua sobrevivência indiscutível nas nossas paisagens mentais de hoje. Ressaltaremos a intimidade entre pensamento e modo de vida entre os gregos antigos, o que faz da Filosofia um verdadeiro exercício espiritual e corporal.
TÓPICOS:
Aula 1: Platão e os trágicos
Aula 2: Platão e a política
Aula 3: Platão e a contemplação
Local: Espaço Multimídia
Horário: 19h30min às 21h30min

Inscrições: www.filosofiaearte.com.br
Informações: contato@filosofiaearte.com.br

Dia 6
Apresentação infantil “GLORINHA E RENATO”: Instrumentistas, compositores e produtores musicais, os artistas interagem com o público através de músicas e muitas brincadeiras.
Local: Em frente ao cinema
Horário: A partir das 9h30min


Dia 25
Cineclube Cinema e História Silvio Tendler

Neste mês serão apresentados dois documentários

Documentário: “Dr. Getúlio – Últimos Momentos”
Sinopse: O vídeo narra de forma subjetiva a crise de agosto de 1954, que culminou com o suicídio do Presidente Getúlio Vargas. Com uma linguagem dinâmica e concisa, o espectador é conduzido pela crescente pressão político- militar, a oposição ferrenha da grande imprensa, a atuação do anjo negro Gregório Fortunato e o desfecho dramático que mudou a história do país.
Ano: 2000
Duração: 7 min
Escrito, dirigido e produzido por: Silvio Tendler
Equipe de realização: Carla Guedes / Carmen Rios / Cleiton Victorino Pacheco / Patricia Malheiros / Silvio Arnaut / Terêncio Pereira Porto
Trilha Sonora: Eduardo Camenietzki
Fotografia: Américo Vermelho
Edição: Leandro Rial
Ass. de Edição: Frederico Cáuper

Documentário: “Oswaldo Cruz – O médico do Brasil”
Sinopse: Com pouco mais de 30 anos de idade, o jovem médico Oswaldo Cruz revolucionou a saúde pública no Brasil, e, na contramão de tremendas reações populares, atacou os três maiores flagelos que a população já enfrentara: a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Neste obra,a capital federal no início do século XX é o cenário – reconstituído por meio de imagens de época, recursos ficcionais e de computação gráfica – para apresentar a vida do sanitarista, em que não faltaram afeto, coragem e entusiasmo, apesar da forte oposição enfrentada por setores da imprensa.
Ano: 2003
Duração: 32 min
Direção, Roteiro e Edição: Silvio Tendler
Diretor assistente, roteiro e edição: Daniel Tendler
Desenhos, roteiro e pesquisa: Hélio Jesuíno
Assistente de produção: Ana Rosa Tendler, Bruna Kanhan, Marcelo Mac, Moira Malzoni, Tomás Camargo
Diretor de fotografia: Nonato Estrela
Informações Adicionais: Institucional. Produzido para a Fiocruz. Projeto Memória. Fundação Banco do Brasil.

Debatedores:
– Elizabeth Abel – Historiadora, museóloga e pesquisadora do Museu da República/Ibram
– Paulo Cesar Azevedo Ribeiro – Doutor em Planejamento urbano pela UFRJ, Mestre e Historiador pela UFF, integra o Coletivo “Memória Verdade e Justiça do Rio de Janeiro”, pesquisador do Museu da República/Ibram

Mediação:
– Ana Paula Vianna Zaquieu – Mestre em História pela UFF e Educadora do Museu da República/Ibram

Equipe responsável:
– Elizabeth Abel de Figueiredo
– Flávio Leão
– Kátia Frecheiras

Horário: 18h30min

Dias 27 e 28
“Bel e Tête”
Projeto de musical infantil interativo, envolvendo teatro, histórias, músicas e brincadeiras, feito por duas artistas em cena. As histórias e composições são de autoria de Luciana Balby e Malu Mattar. A apresentação dura 50 minutos, com repertório de histórias para cada faixa etária.
Local: Em frente ao cinema
Horário: 10h
ENTRADA FRANCA

Dia 28
Feira de Fotos
Organizada pela ABAF – Associação Brasileira de Arte Fotográfica
Local: Aléia da Rua Silveira Martins
Horário: Das 9h às 18h

Dia 30
XXXIV JORNADA REPUBLICANA
Tema: “Capoeira e a intolerância no tempo da República”.
Debate com convidados.
Local: Espaço Multimídia
Horário: 18h
Emissão de certificado de participação

Exposição “Por um beijo da Guanabara”
Local: Museu da República – 1º andar
Horário: 10h às 17h (de terça a sexta-feira) e 11h às 18h (sábados, domingos e feriados)

Exposição “Memória e Impermanência”, de Sani Guerra
Curadoria: Isabel Portella e Tatiana Martins
Local: Galeria do Lago
22 de maio a 21 de agosto
Horário de visitação: 10h às 12h e das 13h às 17h (terça a sexta-feira) e 11h às 18h (sábados, domingos e feriados)
ENTRADA FRANCA

Exposição: “Gênese”, de Manoel Novello
Curadoria: Isabel Portella
Local: Coreto – Jardim Histórico do Museu da República
22 de maio a 21 de agosto
Horário de visitação: 10h às 12h e das 13h às 17h (terça a sexta-feira) e 11h às 18h (sábados, domingos e feriados).
ENTRADA FRANCA

Exposição: “Vidas Refugidas”, do fotógrafo Victor Moriyama
Local: Jardim Histórico do Museu da República
De 1 de maio a 30 de agosto de 2016
Horário de Visitação: 8h às 18h


Exposição “No Espaço Entre Nós”, do artista Hélio Rodrigues
Local: Espaço Educação
De 7 de agosto a 4 de setembro de 2016
Horário de Visitação: 11h às 17h (quinta e sexta) e 12h às 18h (sábado e domingos).


Exposição “O Olimpo é Aqui: Nascimento de Vênus”
Local: Jardim Histórico do Museu da República
De 10 de agosto a dezembro
Horário de Visitação: 8h às 18h

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