MR recebe seminário para debater a melhoria da qualidade de vida no Catete

Fechando a programação de atividades do Museu da República durante a 19ª Primavera dos Museus, foi realizado, no dia 26/09 o Seminário “Diálogos Urbanos: o bairro do Catete”. Idealizado pelo grupo Preserva Catete, o encontro reuniu moradores, comerciantes, representantes do poder público e especialistas para conhecer projetos elaborados por alunos de arquitetura e urbanismo, refletir sobre o futuro do bairro e debater políticas públicas para o Catete, com o intuito de incentivar o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida no bairro.  

A programação do seminário incluiu mesas-redondas, apresentações de projetos e debates coletivos. Com a presença de aproximadamente 140 pessoas, o evento foi composto por três mesa, com temas que abordaram os desafios, patrimônios e potencialidades do tradicional bairro em que o Palácio do Catete se localiza. O ponto de partida do encontro foram os projetos desenvolvidos por estudantes de arquitetura no curso de extensão ‘Cidade e Patrimônio: o bairro do Catete’, realizado em 2024, organizado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (FAU/UFRJ), o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ), o Grupo Preserva Catete, a Associação de Moradores do Catete, Largo do Machado e Adjacências (ACLAMA) e o Museu da República, que participaram deste evento. 

Promovido pelo Preserva Catete, em parceria o Museu da República e Associação de Moradores do Catete, Largo do Machado e Adjacências (ACLAMA), com o apoio da Rede de Hotéis Windsor, JJ Copiadora e Artes Gráficas e ArteCult, o evento foi composto de 3 mesas, com temas que abordaram os desafios, patrimônios e potencialidades do tradicional bairro em que o Palácio do Catete se localiza. 

A abertura do evento teve a presença da Diretora do Museu da República, Ana Cecília Lima Sant’Anna, e de Carlos Fernando Galvão, fundador do Grupo Preserva Catete. Ambos agradeceram os apoios recebidos: ao Hotel Windsor, pela ampla divulgação do evento e pelo fornecimento de um excelente café da manhã e coffee break; à designer Fernanda Lemos, pelo projeto gráfico do seminário; à AC ArteCult, pelo apoio cultural; e à JJ Copiadora e Artes Gráficas, pela produção do material impresso. Foi feito também um agradecimento especial aos alunos do curso de extensão “Cidade e Patrimônio: o bairro do Catete”, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, cujos projetos apresentados foram destaque nesse encontro. 

A primeira mesa, “Ordens e Desordens do Catete”, foi mediada por Carlos Fernando Galvão, do Preserva Catete, e teve início logo após a abertura. O grupo de alunos Beatriz Corbacho, Camila Lopes e Fernando Andrade apresentou o projeto “Mobilidade e Acessibilidade Urbana: bairro do Catete”, desenvolvido no curso “Cidade e Patrimônio”. O trabalho propôs melhorias para a mobilidade do bairro com foco em pedestres e ciclistas, em diálogo com recentes intervenções urbanas implementadas na região. Em seguida, os alunos Bernardo Fernandino, Clara Pinheiro, Diogo Maimone, Matias Rosa e Paulo Brant apresentaram o “Estudo Preliminar de Intervenção Urbana no Catete”, com propostas voltadas aos trabalhadores do comércio de rua, como criação de depósitos, áreas de sombra e expositores móveis. 

Na sequência, Yago Azeredo, administrador regional e Gerente Executivo Local (GEL) de Botafogo, falou sobre sua atuação na Prefeitura do Rio de Janeiro na área do Catete, abordando temas administrativos e urbanísticos. Bernardo Rubião, subprefeito da Zona Sul, que teve sua participação realocada devido a uma convocação de emergência com o Prefeito, apresentou os desafios de ordem urbana enfrentados pela subprefeitura e se colocou à disposição da comunidade. Ambos participaram de um debate com o público, respondendo a questões e sugestões dos moradores. 

No início da tarde, teve início a segunda mesa, “Patrimônios, Memórias e Afetos”, com mediação do historiador Marcus Macri, do Museu da República. O professor Cristóvão Duarte, da FAU/UFRJ, abriu a mesa com uma retrospectiva do curso “Cidade e Patrimônio: o bairro do Catete”, que originou os projetos apresentados no seminário. Na sequência, as alunas Gabriela Travassos, Laís Dainez e Tainá Barros apresentaram o projeto de revitalização do Largo do Valdetaro, em frente ao Museu da República, com foco em mobilidade e reurbanização do espaço, atualmente comprometido pela infraestrutura do metrô. 

O arquiteto Márcio de Castro apresentou o projeto “RevivaRio Museu da República”, com destaque para a restauração dos gradis e chafarizes do museu, realizada sob sua coordenação em 2024. Em seguida, Mariana Strauch Arruda, gerente do 3º Escritório Técnico da Zona Sul do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), e Michelle Silva Lima, coordenadora de Conservação de Patrimônio Cultural do IRPH, falaram sobre a atuação do Instituto e apresentaram estudos de caso bem-sucedidos na preservação de bens culturais no bairro. Noemia Barradas, da Comissão de Patrimônio do Instituto dos Arquitetos do Brasil – RJ, finalizou a mesa com a palestra “Do Patrimônio ao Cotidiano: o bairro do Catete”, propondo formas de integrar os bens patrimoniais ao dia a dia da população, fortalecendo seu vínculo e proteção. Ao final, ocorreu um debate com o público. 

Após o coffee break, teve início a terceira mesa, “Potências do Bairro”, mediada por Bruno Pittella, membro da ACLAMA, com duração das 16h10 às 18h30. Os alunos Bruna Duart, Emanuelly Ferreira e Igor Reais apresentaram o “Projeto Percurso Cultural do TTK”, com propostas que vão desde a criação de um polo gastronômico até uma trilha ecológica, com o objetivo de valorizar a região e torná-la mais atrativa para moradores e visitantes. 

Na sequência, Arlindo Saraiva Pereira (presidente da ACLAMA), Ellysabeth Ejimadu (liderança local) e Bruno Pittella compartilharam reflexões sobre a ação comunitária no bairro com a palestra “Nosso Bairro, Nossa Casa: a política comunitária como lugar de encontro e transformação”. Cristiano Kiko, presidente do Centro Comunitário Social Tavares Bastos, apresentou um panorama das atividades do centro e das discussões atuais sobre a pavimentação da Rua Tavares Bastos, em sua fala “Lutar, Cuidar e Transformar”. 

Martha Niklaus, do Preserva Catete, e Moema Branquinho, mosaicista e educadora, apresentaram o projeto “Mural Cultural: Pedras e Histórias – Rua Tavares Bastos”, uma intervenção artística que visa resgatar a memória local e revitalizar a área, promovendo o orgulho comunitário. Por fim, Helton Lourenço, idealizador do projeto “Favela-República”, e André Angulo, museólogo do Museu da República, abordaram o turismo de base comunitária desenvolvido na Tavares Bastos e no Catete, destacando a capacitação de moradores para atuarem como guias e agentes culturais, fortalecendo o vínculo entre história local e desenvolvimento social. O seminário foi encerrado com um debate entre os participantes e o público presente.