Instituto Brasileiro de Museus
Museu da RepúblicaExposição “Das tripas coração”, de Katia Wille, inaugura na Galeria do Lago
Artista visual Katia Wille cria máquinas cognitivas em projeto de Arte inédito com a Microsoft em sua nova individual na Galeria do Lago, Museu da República
Em “Das tripas coração”, exposição individual que a artista visual Katia Wille apresenta na Galeria do Lago, Museu da República, tres obras de arte irão ver você antes mesmo de você ver a obra . A ideia é estabelecer uma simbiose sensorial entre obras de arte e o espectador . Para que isso fosse possível a artista desenvolveu em parceria inédita com a Microsoft um conceito de máquinas cognitivas integradas ao ambiente, que será mostrado primeira vez em uma exposição de Arte no Brasil. Utilizando a capacidade de inteligência artificial na nuvem, as obras reagem a presença de pessoas, refletem sentimentos e interagem através de movimentos diante de estímulos visuais, faciais e sonoros. O projeto usa robótica e IA para análise de ambiente, sentimentos e voz, conectando o público com as obras e proporcionando uma experiência única a cada espectador por meio da tecnologia. A exposição conta com três obras e cada uma delas traz uma experiência diferente ao espectador. A primeira interage por meio de análise de aproximação e se movimenta conforme o deslocamento do público no ambiente, a segunda faz movimentações diferentes com base nos sentimentos e expressões faciais das pessoas. E a última reage por meio de interação por voz, se movimentando com base nas respostas dadas pelo visitante a determinadas perguntas feitas pela obra.
“Quero expor ao máximo a vulnerabilidade das relações humanas, e questiono: como seria esticar-se para além do nosso ponto de ruptura? Fazer das tripas coração, representa a eterna busca pelo impossível , alcançar o outro e estabelecer relações de ressonância . As membranas em látex são estruturas que reluzem, se movimentam, provocam sensações e se espalham pelo espaço como se quisessem respirar o ar que respiramos e pulsar com a frequência do nosso coração, indo além do diálogo entre obra e espectador. O objetivo final é começar a criar um espelho de nós mesmos nas obras: o corpo seria representado pelos braços robóticos e sensores responsáveis pelos movimentos , a mente pela inteligência artificial que aprende com os nossos sentimentos e da os comandos para que os movimentos aconteçam e a alma é representada pela arte das membranas de ecolatex pintadas como uma pele frágil e reluzente . Está estabeleciada assim uma relação de confiança e imersão entre o artista, obra e público.” afirma Katia Wille.
A curadoria é de Isabel Sanson Portella, coordenadora e curadora da Galeria do Lago: “As obras de Katia Wille se espalham pelo espaço, suas figuras brilham com paixão e fúria . Os corpos incham em cor, elas balançam e torcem, pernas se estendem em uma dança que quer aproveitar e amplificar a vulnerabilidade das relações humanas, não suavizar “
A ocupação do espaço expositivo se dá de forma fluida, com pinturas em painéis de grande dimensões em tecido metalizado, dialogando com instalações em eco látex (material desenvolvido pela própria artista a partir da mistura de látex líquido, reciclado com tecidos e outros materiais). As obras em ecolatex ficam suspensas pelo teto ou onduladas nas paredes. Trata-se de um material poroso, ora em forma de bolhas, ora esticado ou ondulado, o que permite destacar texturas e o brilho acobreado da superfície. As cores dos tecidos de base para as pinturas, em tons primários como o azul, vermelho e amarelo, contrastam com os tons metálicos das instalações.
Obras foram divididas em três momentos que se interconectam: encantamento, simbiose e irradiação.
Marcado por tons de azul, o primeiro momento tem a intenção de mostrar uma mudança; a ordem das coisas foi invertida, os pés estão para o alto, algumas nadadoras e nadadores – figuras retratadas pela artista -, caindo, fazendo referência ao momento do Encantamento, ao “cair de amores”, à busca e ao encontro. A cor vermelha e seus sobretons pontuam o segundo momento: o desdobramento e a formação de amálgamas humanos, seres simbióticos, quando existe a busca pelo outro. Já o terceiro momento assinala o encontro do equilíbrio com a cor amarela, selando a formação do duplo perfeito onde não é necessário mais esforço, muito menos caber no outro, cada um com a sua identidade, irradiando- se mutuamente.
Saiba mais sobre Katia Wille
Nascida no Rio de Janeiro, Katia Wille é formada em artes visuais pela Universidade de Amsterdam, na Holanda, e passou os últimos 10 anos morando e trabalhando entre a Europa, a Ásia e o Brasil. As questões do feminino, da busca de sua essência e transformações, sempre povoaram as obras da artista, que pensa movimento e cor integrados ao todo.A delicadeza das formas, a ação que se desenvolve tanto em círculos e entrelaces , convida o espectador a mergulhar em águas míticas e se deixar levar pelos encantos do olhar de suas ninfas, pelo poder das deusas, pela força da mulher.
Exposições individuais: “Mas Afinal: Quem tem medo de tamanha liberdade?” – Galeria VillaNova/SP; “Fluxofloração” – Centro Cultural da Justiça Federal/RJ; “Maria dos olhos de piscina” – H.Contemporaneo/RJ; “O Tudo Do Todo” – Z42 Arte Contemporanea/RJ ; “E daí? Eu adoro voar” – Tramas Arte Contemporânea/RJ; “CompulsArt” – Casa Ipanema/RJ; “As Nadadoras – Livre Galeria/RJ
Exposições coletivas: “Um dia de sol” – Galeria Sal/RJ; “Arte brasileira na contemporaneidade” – InnGaleria/SP; “Para Todos” – Galeria Carpintaria/Fortes D’Aloia & Gabriel/RJ”; “Olhar Feminino” – Galeria André/SP; “Somos todos Clarisse” – Museu da República/Galeria do Lago/RJ; “A Máquina do Mundo – residência artística” – Z42/RJ; “Weel Chair Fest/ Rio Olympic Games” – Boulevard Olímpico/RJ
Publicações: “Arte brasileira na contemporaneidade” – Volume: III, Ornitorrinco – São Paulo, Brasil. Agosto 2018 Autora: Carmen Pousada
Prêmios e programas de residência artística: “European Union Visual Arts and Design Awards” – Tokyo (Japão), Março 2010;
Z42 – Rio de Janeiro, Brasil.
DAS TRIPAS CORAÇÃO
Katia Wille apresenta individual que reúne arte e tecnologia cognitiva
Curadoria: Isabel Sanson Portella
Abertura: dia 30 de março, das 15 às 17h
Até dia 19 de maio
Local: Galeria do Lago
Museu da República
Endereço: Rua do Catete, 153, Catete, Rio de Janeiro
Telefone: (21) 2127-0334.
Entrada franca.
Classificação: livre.
Fonte: Ascom Katia Wille