No dia 04/02, a exposição “Rua da Relação, 40”, aberta para visitação no pátio interno do Museu da República, contou com a mesa de debate “A luta pelo prédio” em sua programação. O evento ocorreu no auditório Apolônio de Carvalho, com mediação de Vera Schroeder, da Fulô Cultural, produtora da exposição. Entre os convidados da mesa de debate, estavam Hélio Luz, delegado aposentado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro; Júlio José Araújo, procurador da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão; e Fernanda Pradal, professora do Departamento de Direito da PUC-Rio e curadora da exposição.
A mesa começou às 15h, com uma introdução de Vera Schroeder, que comunicou a prorrogação da exposição até 16/2. Após isso, a palavra foi passada para o delegado Hélio Luz, que abordou brevemente a história do prédio onde funcionou a sede do DOPS, destacando sua trajetória antes de abrigar um dos aparatos de tortura da ditadura militar, até esse período. O delegado também pontuou a questão da violência de Estado durante a ditadura, ressaltando que tal ato era praticado por agentes que deveriam ser os responsáveis por garantir a segurança dos cidadãos.
Em seguida, Júlio José Araújo, procurador da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, explicou como o Ministério Público Federal tem atuado para contribuir na transformação do antigo prédio do DOPS em um espaço de memória. Também destacou o papel do MPF como um aliado nas lutas por direitos e justiça social. Também foi falado sobre o prédio ser de responsabilidade da Secretaria de Polícia Civil, e a resistência da corporação em relação a coletivos que defendem u museu que denuncie a violência de Estado.
Por fim, Fernanda Pradal, professora do departamento de direito da PUC-Rio e membro do Coletivo RJ, Memória, Verdade, Justiça e Reparação, aprofundou a discussão sobre a disputa pelo prédio. A curadora da exposição enfatizou a importância da preservação da memória do DOPS para que as futuras gerações conheçam a história, uma vez que essa luta pelo prédio é vista como uma forma de sensibilizar a população sobre a importância histórica do local. O evento terminou com um espaço para debates entre os palestrantes e o público presente.
(Maria Eduarda Afonso/Nucom/MR)