Instituto Brasileiro de Museus
Museu da RepúblicaPráticas de escrita autobiográfica no Brasil republicano são debatidas em mesa redonda no MR

O Museu da República, em parceria com o Museu Casa de Benjamin Constant, realizou no dia 25/09 uma mesa redonda dedicada às práticas de escrita (auto)biográfica no Brasil republicano, reunindo pesquisadores das duas instituições. O encontro intitulado “Escritas de Si na República: um olhar sobre diários, cartas e memórias”, foi parte da programação da 19ª primavera dos museus, e teve como objetivo ampliar o olhar sobre diferentes formas de registro íntimo e memorialístico que, ao lado das narrativas oficiais, ajudam a compreender a construção da história pública e coletiva, bem como investigar a escrita de si como prática social dos diferentes sujeitos da sociedade à época.
A primeira mesa, intitulada “A vida e os escritos de Benjamin Constant Filho”, foi feita pelo palestrante Marcos de Brum Lopes, historiador do Museu Casa de Benjamin Constant. Durante essa mesa, foram discutidos fragmentos de escritas feitas por Benjamin Constant Filho, observando detalhes de sua escrita, e por fim, ao apresentarem trechos de notícias de época, foi feita uma reflexão sobre o peso carregado por ele ser filho de Benjamin Constant.
A segunda mesa, “O diário de Bernardina Constant: contribuições femininas frequentemente silenciadas na historiografia”, foi apresentada pela palestrante Christine Azzi, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa do Museu da República. Foram abordados trechos do diário pessoal de Bernardina Constant, e foi feita uma análise da escrita, em que Bernardina pouco falava de si, de forma que houvesse uma maneira de escrita controlada. A mesa foi finalizada com a fala de que a escrita de si é um espelhamento, mas não um espelhamento perfeito.
Ao final do encontro, a última mesa “Entre diários, cartas e testamentos: o ‘legado discursivo de Getúlio para a memória, o Museu e a República”. Apresentada pelo palestrante Marcus Macri, historiador do Museu da República/Ibram, a mesa fez uma análise de fragmentos de diários de Getúlio Vargas, observando as formas de escrita do ex-presidente, que ultrapassam o caráter íntimo para se tornarem instrumentos de construção de uma memória política.


(Texto e fotos: Maria Eduarda Afonso/Nucom-MR)