O Museu da República e a sustentabilidade socioambiental | Cidadania da água | |||
Em sintonia com as demandas e preocupações da agenda nacional e planetária, o Museu da República aborda nesta edição de seu boletim a questão da ÁGUA, um bem natural e essencial à Vida em geral. Vivemos na atualidade uma crise hídrica de grandes proporções e sem precedentes na história brasileira, crise essa que ameaça e coloca em risco a qualidade de vida de milhões de pessoas em nosso país. Esforços têm sido feitos para minorar os efeitos desse grave problema de desabastecimento e racionamento de água. Um deles passa pelo aumento da consciência ambiental dos brasileiros. O Museu da República, com seu Programa Socioambiental, engaja-se nesse mutirão mundial de transição rumo a uma sociedade ecologicamente sustentável, na crença de que ou ajudamos a salvar do fim iminente o que resta do planeta, ou estaremos irremediavelmente fadados a entrar na lista dos animais “em extinção”, a exemplo dos dinossauros, que um dia habitaram a Terra e depois desapareceram na poeira do tempo. Nessa perspectiva, o Museu da República reconhece o papel e a missão dos museus no aumento do interesse social por uma sociedade que elimine a cultura do desperdício, seja mais cooperativa e solidária e que utilize seus recursos respeitando os limites físicos impostos pela Natureza. E por falar nisso, o tema deste ano do ICOM e da 13ª edição da Semana de Museus, que acontecerá em todo o país entre os dias 18 e 24 de maio, é: “Museus para uma sociedade sustentável”, sinalizando a preocupação do setor com essa importante e estratégica questão ambiental.
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“Água que nasce na fonte / Serena do mundo/ E que abre um profundo grotão…” No início dos anos 80, o Brasil inteiro cantou os versos de uma música que viria a se tornar emblemática. Planeta água, composta por Guilherme Arantes, soava então como um verdadeiro hino de louvor a essa mágica combinação de hidrogênio e oxigênio. Naquela época, embora despontassem aqui e ali preocupações ecológicas com a água, as imagens de reservatórios vazios; as ameaças de racionamento e os transtornos provocados pela falta d’água eram situações que não faziam parte da nossa experiência cotidiana. É claro que as agruras da seca do Nordeste, assim como os rotineiros problemas de abastecimento na periferia, nunca saíram do noticiário. Tais mazelas, entretanto, pareciam experiências isoladas: lamentávamos por elas, mas a tendência geral era que as víssemos à distância. Três décadas depois, a música de Guilherme Arantes já faz parte do cancioneiro nacional. Os tempos, contudo, são outros. No contexto atual, quando a escassez da água potável ganha dimensões nacionais, o que nos afeta diretamente, seja como indivíduos seja como cidadãos, a música ecoa como um grito de alerta, conclamando-nos a zelar pelo uso sustentável dos recursos hídricos. Tal apelo, por sua vez, exige que repensemos os múltiplos significados da água. A água provoca o cruzamento de todas as esferas da experiência humana, tornando-nos seres efetivamente sociais. Mais do que um simples recurso natural, ela é fonte de memória e identidade. Patrimônio legado ao homem pela Natureza, a água é melhor preservada quando melhor usada e socializada. Ela dissolve as fronteiras entre natureza e cultura, indivíduo e sociedade, batizando-nos com as marcas da civilização − seja ela qual for− que nos propomos construir. Promotora do sentido mais genuíno da palavra “política”, a água apela tanto para o poder público quanto para as responsabilidades do cidadão. Com efeito, tem a água um forte caráter de res publica, ou seja, de coisa pública, de bem comum. Nesse sentido, a água é o recurso natural mais republicano de que o país e o planeta ainda podem dispor. Proclamemos, pois, a república da água, independentemente de credos políticos e idiossincrasias de toda ordem. *Os artigos anteriores desta coluna foram escritos pelo historiador Marcus Vinicius Rodrigues, que se encontra de licença.
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Agenda de Fevereiro | ||||
Dia 3 Dia 10 Dias 2,4,6,9,11,13,20,23,25,27 Dia 21
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Exposição “Saio da vida para entrar na memória” – mostra de objetos, documentos históricos e jornais da época do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, ocorrido em agosto de 1954 Exposição A Res Publica Brasileira – mostra permanente sobre a História da República no Brasil Exposição de charges “Presidentes do Catete: traços e troças” – uma sátira de sentidos e contradições da experiência republicana brasileira Exposição: “Como se os olhos não servissem para ver” – de Eloá Carvalho Seresta no Jardim Histórico do Museu VISITEM O NOVO SITE DO MUSEU DA REPÚBLICA:
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