Cinema Novo | Rio 40 graus | |||
O Museu da República vai apresentar neste mês, no seu “Cineclube Cinema e História Silvio Tendler”, o filme “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos, considerado o precursor do Cinema Novo, movimento estético e cultural que pretendia mostrar a realidade brasileira. A censura, na época, considerou o filme uma grande mentira e o censor, o chefe de polícia, disse que a temperatura do Rio nunca passou dos 39,6ºC. Teremos também a nossa já tradicional Feira de Orquídeas, a Orquida Rio, com exposição de plantas e oficinas de cultivo, o curso Filosofia e Arte “Abecedário”, que desenvolve o conceito de “tragédia” através dos filmes de Bergman, Polanski, entre outros, para introduzir os conceitos dos grandes filósofos Aristóteles, Nietzsche, Bérgson e Deleuze. E ainda o Seminário “Busca da Felicidade: Diálogos interdisciplinares”, com a presença de pesquisadores das áreas de Literatura, Filosofia, Religiosidade, Direito, Música, Gastronomia, Psicologia, Sociologia e Educação. A “oficina Ler e Contar, Contar e Ler”, com Francisco Gregório Filho, o espetáculo “Entre o Amor e a Espada”, de José Carmelo de Melo Resende, baseado na Literatura de Cordel, que procura recriar e reinterpretar expressões culturais, como a dança de roda e o maculelê, as nossas tradicionais e animadas serestas com os frequentadores do Jardim Histórico, a academia carioca “Clínica da Família”, que faz ginástica laboral com acompanhamento de profissional do posto de saúde do Catete, e a XXV Jornada Republicana, que vai debater o tema “Singularidades Nômades: Arte e Memória no Pensamento de Cláudio Ulpiano”. |
Rio 40 graus é um filme que merece fazer parte do acervo de qualquer museu que se interesse pelas imagens do Brasil moderno. Lançado em 1955 e liberado pela censura no ano seguinte, o filme de Nelson Pereira dos Santos inaugura a estética do Cinema Novo no Brasil. O enredo é simples. Cinco garotos, moradores dos morros cariocas, percorrem as ruas da cidade vendendo amendoim. O trabalho leva-os a entrar em contato com variados tipos sociais. Dessas interações, emerge a imagem de uma cidade excludente. O Rio de Janeiro, então capital do Brasil, é apresentado como uma nação em miniatura. Chamando a atenção para a luta pela sobrevivência na cidade grande, o filme expõe as contradições do Brasil como um todo. Os cinco jovens vendedores de amendoim, forçados a entrar precocemente no mundo adulto, representam os brasileiros que foram excluídos do processo de cidadania, que teoricamente o Brasil republicano alega promover. A república moderna é uma forma de governo sustentada pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. No filme, entretanto, a república que vemos é a república da desigualdade e da exclusão. Se a desigualdade põe em risco a liberdade e a fraternidade, como é possível falar de república? Ao escarafunchar a ferida das desigualdades sociais, Rio 40 graus faz uma crítica contundente ao desvirtuamento da ideia de república. Engana-se, porém, quem acha que o ressentimento é a tônica do filme. Embora poderoso, o movimento de exclusão não elimina a busca de caminhos alternativos. A criatividade do povo, representada no filme pelo samba, funciona como uma poderosa estratégia de reação. O samba dá voz aos excluídos, voz que torna-se mais poderosa à medida que os mecanismos de exclusão vão se aperfeiçoando. Marcelo de Souza Pereira
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Agenda de Julho | ||||
Dias 1, 3, 8, 10, 15,17, 22, 29 e 31 Dias 3 a 5 Dias 4,5, 11, 12 ,18,19,25 e 26 Dias 8 e 9 Dias 20 a 24 Dia 26 Dia 28
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Dia 30
Exposição “Saio da vida para entrar na memória” – Mostra de objetos, documentos históricos e jornais da época do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, ocorrido em agosto de 1954. Exposição “Por um beijo da Guanabara” Exposição “ Inmersión/Imersão ”, de Klaudia Kemper e Ana Kemper Seresta no Museu – Dias 1 a 5, 7 a 12, 14 a 19, 21 a 26 e 28 a 31 VISITEM O NOVO SITE DO MUSEU DA REPÚBLICA:
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