Instituto Brasileiro de Museu

Museu da República

Republicando: Boletim Mensal – Julho/2015

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Cinema Novo Rio 40 graus

O Museu da República vai apresentar neste mês, no seu “Cineclube Cinema e História Silvio Tendler”, o filme “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos, considerado o precursor do Cinema Novo, movimento estético e cultural que pretendia mostrar a realidade brasileira. A censura, na época, considerou o filme uma grande mentira e o censor, o chefe de polícia, disse que a temperatura do Rio nunca passou dos 39,6ºC.

Teremos também a nossa já tradicional Feira de Orquídeas, a Orquida Rio, com exposição de plantas e oficinas de cultivo, o curso Filosofia e Arte “Abecedário”, que desenvolve o conceito de “tragédia” através dos filmes de Bergman, Polanski, entre outros, para introduzir os conceitos dos grandes filósofos Aristóteles, Nietzsche, Bérgson e Deleuze.

E ainda o Seminário “Busca da Felicidade: Diálogos interdisciplinares”, com a presença de pesquisadores das áreas de Literatura, Filosofia, Religiosidade, Direito, Música, Gastronomia, Psicologia, Sociologia e Educação.

A “oficina Ler e Contar, Contar e Ler”, com Francisco Gregório Filho, o espetáculo “Entre o Amor e a Espada”, de José Carmelo de Melo Resende, baseado na Literatura de Cordel, que procura recriar e reinterpretar expressões culturais, como a dança de roda e o maculelê, as nossas tradicionais e animadas serestas com os frequentadores do Jardim Histórico, a academia carioca “Clínica da Família”, que faz ginástica laboral com acompanhamento de profissional do posto de saúde do Catete, e a XXV Jornada Republicana, que vai debater o tema “Singularidades Nômades: Arte e Memória no Pensamento de Cláudio Ulpiano”.

Rio 40 graus é um filme que merece fazer parte do acervo de qualquer museu que se interesse pelas imagens do Brasil moderno. Lançado em 1955 e liberado pela censura no ano seguinte, o filme de Nelson Pereira dos Santos inaugura a estética do Cinema Novo no Brasil. O enredo é simples. Cinco garotos, moradores dos morros cariocas, percorrem as ruas da cidade vendendo amendoim. O trabalho leva-os a entrar em contato com variados tipos sociais. Dessas interações, emerge a imagem de uma cidade excludente.

O Rio de Janeiro, então capital do Brasil, é apresentado como uma nação em miniatura. Chamando a atenção para a luta pela sobrevivência na cidade grande, o filme expõe as contradições do Brasil como um todo. Os cinco jovens vendedores de amendoim, forçados a entrar precocemente no mundo adulto, representam os brasileiros que foram excluídos do processo de cidadania, que teoricamente o Brasil republicano alega promover.

A república moderna é uma forma de governo sustentada pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. No filme, entretanto, a república que vemos é a república da desigualdade e da exclusão. Se a desigualdade põe em risco a liberdade e a fraternidade, como é possível falar de república?

Ao escarafunchar a ferida das desigualdades sociais, Rio 40 graus faz uma crítica contundente ao desvirtuamento da ideia de república. Engana-se, porém, quem acha que o ressentimento é a tônica do filme. Embora poderoso, o movimento de exclusão não elimina a busca de caminhos alternativos. A criatividade do povo, representada no filme pelo samba, funciona como uma poderosa estratégia de reação. O samba dá voz aos excluídos, voz que torna-se mais poderosa à medida que os mecanismos de exclusão vão se aperfeiçoando.

Marcelo de Souza Pereira

Agenda de Julho

Dias 1, 3, 8, 10, 15,17, 22, 29 e 31
Academia Carioca/Clínica da Família
– atividades de ginástica laboral, com acompanhamento de profissional especializado do Posto de Saúde do Catete
Local: Jardim Histórico do Museu da República
Horário: 9h às 10h30

Dias 3 a 5
Exposição de orquídeas
– exposição de plantas e oficinas de cultivo
Local: Aleia paralela à Rua Silveira Martins
Horário: 8h às 17h

Dias 4,5, 11, 12 ,18,19,25 e 26
“Entre o amor e a espada”,
de José Carmelo de Melo Resende. Baseado na literatura de cordel, buscando recriar e reinterpretar expressões culturais, como danças de roda e maculelê. Produzido e dirigido pela Babuia Companhia de Teatro.
Local: Jardim Histórico do Museu da República, em frente ao Museu do Folclore Edison Carneiro
Horário: 16h

Dias 8 e 9
I Seminário “Busca da felicidade: diálogos interdisciplinares”
– Colóquio “Que felicidades?”, que dá prosseguimento às pesquisas sobre o tema, iniciadas há quase 5 anos, ratificando a importância da interdisciplinaridade para a discussão proposta. Com a presença de pesquisadores das áreas de Literatura, Filosofia, Religiosidade, Direito, Música, Gastronomia, Psicologia, Sociologia e Educação.
Inscrições pelo e-mail: seminariobuscadafelicidade@gmail.com
Local: Auditório Apolônio de Carvalho
Horário: 9h às 18h

Dias 20 a 24
Oficina “Ler e Contar, contar e ler: as narrativas e as diferentes práticas leitoras”
– oficina sobre o texto e sua oralidade, imagens e escrituras. Com Francisco Gregório Filho.
Local: Espaço Multimídia
Horário: 14h às 18h

Dia 26
Feira de Fotografias
– exposição de fotos com profissionais da Associação de Fotógrafos do Rio de Janeiro
Local: Aleia paralela à Rua Silveira Martins
Horário: 9h às 18h

Dia 28
XXV Jornada Republicana: “Singularidades Nômades: Arte e Memória no pensamento de Cláudio Ulpiano”
– Debate sobre o tema com convidados.
Local: Espaço Multimídia
Horário: 18h

Dia 30
Cineclube Cinema e História Silvio Tendler – exibição do filme “Rio 40 graus”,
”, de Nelson Pereira dos Santos. Produzido em 1955, o documentário acompanha a vida de cinco garotos de uma favela que, num domingo tipicamente carioca e de sol escaldante, vendem amendoim em Copacabana, no Pão de Açúcar e no Maracanã. Em seguida, debate com a presença de convidados.
Local: Cineclube Cinema e História Silvio Tendler (Espaço Multimídia)
Horário: 18h30


Exposição “Saio da vida para entrar na memória” – Mostra de objetos, documentos históricos e jornais da época do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, ocorrido em agosto de 1954.
Local: Museu da República/Palácio do Catete – Sala de Exposições Temporárias
Horário: de Terça a Sexta-feira – 10h às 17h
Sábados, domingos e feriados – 11h às 18h

Exposição “Por um beijo da Guanabara”
Local: Museu da República – 1º andar
Horário: 8h às 18h

Exposição “ Inmersión/Imersão ”, de Klaudia Kemper e Ana Kemper
Curadoria: Isabel Sanson Portella
Local: Galeria do Lago – Museu da República
Duração: de 14 de julho a 16 de agosto
Horário: Terça a sexta das 10h às 12h e das 13h às 17h
Sábados, domingos e feriados das 11h às 18h
Entrada Franca

Seresta no Museu – Dias 1 a 5, 7 a 12, 14 a 19, 21 a 26 e 28 a 31
Local: Museu da República – pátio interno
Terça a sexta-feira – de 17h às 20h
Sábados e domingos – de 15h às 18h


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