O Rio no Catete | A Casa da Música | |||
O Palácio do Catete, onde está localizado o Museu da República, é um dos principais palcos da História da cidade do Rio de Janeiro, que está completando 450 anos. Quando começou a ser construído, em 1858, pelo Barão de Nova Friburgo, no chamado “caminho do Catete”, a cidade ainda estava se formando e o Palácio se tornou uma referência numa zona ainda pouco desenvolvida. A partir de 1896, adquirido pelo governo, tornou-se sede do poder executivo federal e um dos locais mais importantes da vida política e social do Rio de Janeiro, que era na época a capital do Brasil. Por seus salões passaram 19 Presidentes e fatos, estórias e lendas, que marcaram a vida da chamada “Cidade Maravilhosa”. Foi entre suas paredes luxuosas que foi decidida a entrada do Brasil na 2ª guerra mundial, onde Nair de Teffé chocou a sociedade tocando o Corta-jaca, de Chiquinha Gonzaga e Getúlio Vargas saiu da vida para entrar na história. Em 1960, o então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, construiu Brasília para ser a capital do País e transformou o Palácio do Catete em Museu da República. Em 2015, ano de comemoração dos 450 anos da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, o Museu da República vai trazer para suas salas e jardins, várias atividades. Vamos começar no dia 4 de Março com a exposição “Conexões de Olhares”, com fotos feitas por crianças que vivem em comunidades pacificadas. Elas participaram de uma oficina realizada pela fotojornalista japonesa Hikaru Nagatake e mostram ao público o olhar delas sobre o lugar onde vivem. E no final do mês teremos o lançamento do “Passaporte Museus Cariocas”, que dará acesso a cerca de 40 Museus no Rio de Janeiro. |
Desde a sua construção, ainda na época do Império, o Palácio do Catete sempre foi uma casa que reverenciou a música. Ainda hoje, basta o visitante entrar no Salão Nobre para que ele se entregue à atmosfera musical da antiga residência do Barão de Nova Friburgo. Usado originalmente para as festas e os bailes, o Salão Nobre faz, por meio de sua decoração, uma homenagem ao mitológico deus Apolo, associado à música e à beleza. O primor dos detalhes vai do teto ao chão. Num belíssimo trabalho de marchetaria, a figura da lira − instrumento musical de Apolo − é repetida nas lâminas de madeira que compõem o piso do salão, formando uma inspiradora padronagem. Quando o Palácio foi convertido em sede da Presidência da República, a música continuou reverberando pela casa. Dessa vez, quem deu o tom não foi a clássica lira, mas o brasileiríssimo violão. Tornou-se memorável a recepção em que a revolucionária Nair de Teffé, esposa do presidente Hermes da Fonseca, executou o famoso maxixe conhecido como “Corta-jaca”. A envolvente música, com forte influência dos ritmos africanos, foi composta pela não menos revolucionária Chiquinha Gonzaga. Sendo Nair de Teffé a primeira-dama e sendo o violão um instrumento associado à malandragem, o evento atraiu para a casa-ícone da capital da República não apenas os olhares mas os ouvidos do Brasil inteiro. O episódio foi um verdadeiro bafafá, que acabou contribuindo para a valorização da música nacional. Desde 1960, a Cidade Maravilhosa não é mais a capital, e o maravilhoso palácio do Barão de Nova Friburgo foi transformado no Museu da República. Mas uma coisa não mudou: a música continua exercendo seu fascínio, estreitando os laços que unem o Palácio à cidade. No Salão Veneziano, por exemplo, o piano traz a lembrança dos saraus que animavam os frequentadores da casa. E quando os visitantes do Museu entram no Salão Nobre, seja em visitas livres ou mediadas, a memória da música é tão forte que não é raro que eles sintam vontade de dançar. Mesmo sem nenhum tipo de acompanhamento musical, alguns visitantes chegam a cantarolar e ensaiar alguns passos de dança, resgatando a função inicial do espaço. Se dentro do Palácio a música é evocada como memória, na área externa ela é produzida de forma concreta. Já se tornaram famosas as tardes de serestas, que atraem uma plateia fiel. De maneira informal, o público se encontra na área próximo à varanda do Palácio para cantar e ouvir músicas inesquecíveis do cancioneiro nacional. De forma consciente ou inconsciente, essas pessoas atualizam a vocação musical, tanto do Palácio quanto da cidade em que ele se insere.
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Agenda de Março | ||||
Dias 4, 6, 11, 13, 18, 20, 25 e 27 Dia 8 Dia 10 Dia 14 Dia 15 Dia 21 Dia 22 Dias 24 a 26 Dia 26 Dia 28 |
Dia 29 Dia 29 Dia 31 Dia 31 Exposição “Saio da vida para entrar na memória” Mostra de objetos, documentos históricos e jornais da época do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, ocorrido em agosto de 1954. Exposição “Como se os olhos não servissem para ver” De Eloá de Carvalho. Exposição “Conexões de Olhares” Exposição reunindo fotos feitas por crianças de 12 comunidades pacificadas, mostrando ao público o olhar delas sobre o lugar onde vivem. Iniciativa do Sistema Firjan, através do programa SESI Cidadania, nos 450 anos do Rio de Janeiro. Seresta no Jardim VISITEM O NOVO SITE DO MUSEU DA REPÚBLICA:
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